domingo, 2 de maio de 2010

| Se Essas Paredes Falassem |


Se essas paredes falassem

Se contassem cada vez

Que me vi de joelhos

Na escuridão

Com medo de levantar

E fitar na penumbra

Meus olhos no espelho

Dizendo que não


Não pode ser verdade

Mas é tanta maldade

Jogar na fogueira o meu coração

Conseguir manter forças

Pra calar essas bocas

E afastar os dedos de minha direção


Asas, fracas

Não me deixam voar

E eu não me lembro de pedir

Pra você ficar

E arrancar carne de meu peito com

Tanto ódio

E gritar, pra eu me excluir

De teu mundo

Já não sei mais

Há quando tempo não

Vejo o sol com meus próprios olhos

Já não sei mais

Se é por medo ou se

Esqueci como olhar pra fora


Portas, frias, me deixam sem ar

E ninguém me ouvir bater

Pra vir me ajudar

E eu não quero mais viver

Com medo ou vergonha

De respirar e de existir

Ou beijar seus lábios


Se estas paredes falassem

Se contassem cada vez que sonhei viver em outro lugar


Onde Marte ama venus e Vênus pode passear de mãos

dadas com

Marte sem se preocupar


Com o vento covarde que me deixa até tarde

Com medo e sem saber se você vai voltar... voltar

Sera que estou errado por querer estar ao teu lado

Em jardins onde as flores nao envenenam o ar?

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